É inacreditável, como, ainda nos limiares do Terceiro Milênio, as pessoas procuram "chifre em cabeça de cavalo". Qual a necessidade que temos, neste momento, de discutir se o correto é falar "Presidente" ou "Presidenta", quando uma mulher ocupa o cargo? Primeiramente, nenhuma. Não temos nenhuma necessidade de se discutir essa questão semântica, diante das maiores preocupações que o novo Governo brasileiro pode enfrentar.
Então, por que será que pessoas importantes, como o Senador Cristóvam Buarque, ex-Reitor da Universidade de Brasília, estão dando tanta importância a este assunto, e o que é pior, aceitando que é possível ser aplicada a palavra "Presidenta" ao caso em tela. E pior ainda, isto porque a Sra. Dilma Roussef, eleita para o cargo, deseja ser chamada de "presidenta".
Não é possível e nem crível que as pessoas inteligentes e cultas aceitem discutir a mudança do nosso vernáculo, apenas para satisfação do ego de um pessoa eleita para ocupar a Presidência da República. Isto é grave! E é importante observar que dar poder à Presidente da República para modificar o idioma português, para instituir uma palavra nova que lhe dá uma certa satisfação, é dar importância demasiada a um aspecto de fraquesa de quem ocupa um dos cargos mais importantes do país. E se for por imposição, é o início de uma possibilidade de se alientar a ditadura.
Honestamente, não devemos admitir por admitir. Há até filólogos que admitem ser possível o uso da expressão "presidenta". Mas, eu não me lembro de ter ouvido, por exemplo, a expressão "gerenta", ou "docenta". Assim, o que se constata é que, mesmo os filólogos que concordam com essa expressão, estão procurando satisfazer o "ego" das assim chamadas "presidentas".
Em verdade, o que podemos analisar é o seguinte: os termos "prevento", "ciumento", "jumento", "fraudulento", "sonolento", "sedento", "lento", "nojento" etc., admitem os seus respectivos "femininos": preventa, ciumenta, jumenta, fraudulenta, sonolenta, sedenta, lenta, nojenta etc. Esses vocábulos têm sua terminações pelo sufixo "ento", cujo feminino "enta" se justifica. Mas, os vocábulos "gerente", "coerente", "superintendente", "demente", "discente", "docente", "quente", "vivente", "valente", assim como "presidente", não admitem sua forma feminina, pois, jamais ouvimos as expressões: "a gerenta", "a mulher coerenta", "a superintendenta", "ela é dementa", "a discenta", "a docenta", "a mulher é quenta", "ela é viventa", "a mulher valenta", assim como "a presidenta". O certo mesmo é que falemos: "a gerente", "a mulher coerente", "a superintendente", "ela é demente", "a discente", "a docente", "a mulher é quente", "ela é vivente", "a mulher valente", assim como "a presidente".
O valor da mulher, da pessoa que ocupa o cargo, não está na forma como se expressa o nome do cargo "presidente" ou "presidenta". Deve-se preservar a origem das palavras, não que a morfologia seja mais importante do que o próprio cargo, mas, como forma de contribuir com a semântica, deve-se manter valorizada a origem das palavras, para que não se atropele a interpretação de textos históricos, legais e didáticos.
Por isto, conclamo: se for necessário essa discussão, que ponhamos logo um fim nas questões e se explique porque não se usa tanto essas expressões cujo "sufixo" se iguala, alhures demonstras, como gerenta, viventa etc.
Melhor focar o interesse da nação naquilo que realmente interessa que é saber se a Sra. Dilma Roussef fará ou não um bom Governo, que a justifique ser chamada pelo povo de Presidente do Brasil.
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